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Big Brother e a crise

Timothy Geithner, secretário do Tesouro dos EUA (acima), escreveu um artigo no “Financial Times” (*) antecipando as posições daquele país na reunião do G-20. Vale a pena conhecer o pensamento do cara, até por que ele expressa o rumo adotado pela maior economia do mundo.

Para Geithner, há um ano o mundo vivia com endividamento excessivo que quase leva o sistema financeiro mundial ao colapso, o que teria efeitos devastadores para a economia. Trilhões de dólares foram usados para evitar isso e os diversos governos instauraram sistemas de segurança para limitar os efeitos da crise.

Segundo o secretário, as instituições financeiras precisam de regulação, reservas e margem de capital proporcionais aos riscos e capacidade de absorver prejuízos sem recorrer ao Tesouro. Ele afirma que a estrutura regulatória fracassou devido à subestimação dos riscos por parte dos governos e do mercado.

As organizações financeiras, ainda segundo Geithner, operavam com baixo nível de capitalização, dependentes de instáveis operações de curto prazo e recompensavam seus executivos pelos ganhos com altas dosagens de riscos. Isso tornou o sistema financeiro mundial perigosamente frágil.

Na reunião do G-20, o secretário de Tesouro dos EUA vai defender uma nova estrutura regulatória para proteger os consumidores e investidores e garantir maior estabilidade financeira. Para tanto, será preciso: a) regulamentação mais severa dos derivativos, dos mercados de securitização (**)e das agências de classificação de crédito e b) dotar os governos de ferramentas mais poderosas para liquidar empresas falidas.

O objetivo é proteger o sistema financeiro e não as empresas individualmente e criar regras para reduzir as tendências pró-cíclicas do capitalismo. A modernização da estrutura regulatória daria suporte ao sistema financeiro para assimilar quebras de instituições grandes e complexas.

Resumo da ópera: os EUA querem salvar o capitalismo, mesmo que para isso tenham que jogar alguns capitalistas, mesmo poderosos, ao fundo do mar. Pior: dizem que problemas de magnitude tal só ocorreram por problemas de regulação e gestão. Com o novo marco regulatório, reinicia-se a farra financeira, até que uma nova crise sobrevenha…

(*) íntegra do artigo na Folha de São Paulo deste sábado, 5 de setembro.

(**) Securitização é transformar um recibível em títulos negociáveis e vendê-los a investidores.

Postado por nivaldosantana | 8 de setembro de 2009 | Arquivado em Sem categoria | Deixe um Comentário

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