AI-5 em São Paulo - Polícia do Serra invade o Sindicato dos Jornalistas e intimida ato público
Cadê o PiG manifestando o seu repúdio a esse atentado à liberdade de imprensa que eles dizem tanto defender?
Do Blog Amigos do Presidente Lula.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, indignado, lamenta e protesta contra a invasão realizada na noite do último dia 14 por Policiais Militares, durante realização de ato em defesa do III Plano Nacional de Direitos Humanos, que tinha nítida tentativa de intimidar os participantes.
A intimidação já havia ocorrido por volta do meio-dia durante a entrega protocolada de carta à presidência da República no seu escritório de São Paulo, na esquina da avenida Paulista e Rua Augusta A PM por duas vezes exigiu saber “o nome dos responsáveis” pelo evento – do qual participaram cerca de 30 pessoas e foi totalmente pacífico.
Mais tarde, por volta das 18 horas, um sargento da PM veio à sede do Sindicato para saber que tipo de ato estava sendo preparando para a noite. Depois de receber explicações de que se tratava de cerimônia interna, o sargento pediu o número da carteira de identidade do nosso diretor André Freire – o que já é um abuso.
À noite, por volta de 21 horas, com o auditório lotado por cerca de 200 pessoas, dois PMs, fardados, invadiram o auditório e disseram “estar cumprindo ordens superiores”. Foram convidados a sair.
Diante disso, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais de São Paulo exige das autoridades da Segurança Pública no Estado de São Paulo que dêem uma resposta a este abuso de autoridade que nos lembra os velhos costumes da ditadura, que não podemos aceitar de maneira alguma.
Aguardamos audiência com o secretário de Segurança para saber de quem exatamente partiu essa ordem, para que seja responsabilizado por tamanho arbítrio. Link aqui
Aguardamos audiência com o secretário de Segurança para saber de quem exatamente partiu essa ordem, para que seja responsabilizado por tamanho arbítrio. Link aqui
José Augusto Camargo
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
"É descabido o tamanho da reação contrária. Ela só demonstra a intransigência de certos grupos em debater o tema. Eles não querem nem ao menos abrir a possibilidade de que esses assuntos sejam discutidos pela sociedade brasileira”, disse o presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto), durante manifestação em defesa do Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH) e constituição da Comissão da Verdade, realizada na última quinta-feira (dia 14) no auditório Valdimir Herzog, do Sindicato e na avenida Paulista.
Apagão da SABESP em São Paulo - até 4 dias sem água.
Quase 4 milhões de pessoas estão sem água na cidade de São Paulo. E vão continuar assim por um bom tempo. Tudo por causa do apagão da Sabesp. A água foi cortada ontem, dia 19, e em muitos bairros vai voltar só na sexta dia 22.
O PiG soltou uma notinha minguxa e considerou normal a Sabesp precisar cortar a água dos cidadãos por quase 4 dias para "fazer manutenção" na estação de tratamento. Veja aqui.
A classe média paulistana vai ter seus dias de Haiti: sem água nem para tomar banho! É o Governo de São Paulo trabalhando por você: rumo a Transilvânia!
O PiG soltou uma notinha minguxa e considerou normal a Sabesp precisar cortar a água dos cidadãos por quase 4 dias para "fazer manutenção" na estação de tratamento. Veja aqui.
A classe média paulistana vai ter seus dias de Haiti: sem água nem para tomar banho! É o Governo de São Paulo trabalhando por você: rumo a Transilvânia!
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
O que está por trás da ajuda norte-americana ao Haiti.
Os Eua tomaram conta do aeroporto do Haiti. Priorizam a saída de cidadãos ianques e a chegada de soldados ao desembarque de ajuda humanitária. Também possuem grande parcela de culpa na deterioração histórica do Haiti. Vejam o artigo abaixo:
-------------------------------------------------------------------------------------------
O Brasil deve defender a democracia no Haiti
MARK WEISBROT
Os EUA, ao lado de Canadá e a França, conspiraram abertamente durante quatro anos para derrubar o governo eleito do Haiti
MUITO TEMPO antes do terremoto, a situação do Haiti já era comparável à de muitos sem-teto nas ruas de grandes cidades dos EUA: pobres demais e negros demais para ter os mesmos direitos concretos que outros cidadãos. Em 2002, quando um golpe militar que teve o apoio dos EUA afastou temporariamente o governo eleito da Venezuela, a maioria dos governos no hemisfério reagiu rapidamente e ajudou a forçar o retorno do governo democrático.
Mas, dois anos mais tarde, quando o presidente haitiano democraticamente eleito, Jean-Bertrand Aristide, foi sequestrado pelos Estados Unidos e levado de avião para o exílio na África, a reação foi fraca. Diferentemente dos dois séculos de saque e pilhagem do Haiti desde sua fundação graças a uma revolta de escravos em 1804, da ocupação brutal por fuzileiros navais dos EUA entre 1915 e 1934 e das incontáveis atrocidades cometidas sob ditaduras auxiliadas e apoiadas por Washington, o golpe de 2004 não pode ser relegado ao esquecimento, visto como nada mais que "história antiga". Aconteceu há apenas seis anos e é diretamente relacionado ao esforço de ajuda e reconstrução que o presidente Obama está propondo agora. Os Estados Unidos, ao lado de Canadá e a França, conspiraram abertamente durante quatro anos para derrubar o governo eleito do Haiti, cortando quase toda a ajuda internacional ao país com o objetivo de destruir sua economia e torná-lo ingovernável. Eles conseguiram. Para aqueles que se indagam por que não existem instituições governamentais haitianas para ajudar com os esforços de socorro e ajuda às vítimas do terremoto, essa é uma das grandes razões. Ou o porquê de haver 3 milhões de pessoas amontoadas na área atingida pelo terremoto.
A política dos EUA ao longo dos anos também ajudou a destruir a agricultura haitiana, por exemplo, ao forçar a importação de arroz americano subsidiado e eliminar milhares de plantadores de arroz haitianos. O primeiro governo democrático de Aristide foi derrubado após apenas sete meses, em 1991, por oficiais militares e esquadrões da morte que, mais tarde, se descobriu estarem a soldo da Agência Central de Inteligência dos EUA. Agora Aristide quer retornar a seu país, algo que a maioria dos haitianos reivindica desde sua derrubada. Mas os EUA não o querem ali. E o governo Preval, que é completamente dependente de Washington, decidiu que o partido de Aristide -o maior do Haiti- não será autorizado a concorrer nas próximas eleições (previstas originalmente para fevereiro).
O medo que Washington tem da democracia no Haiti talvez explique o porquê de os Estados Unidos agora estarem enviando 10 mil soldados e priorizando a "segurança", em lugar das necessidades de vida ou morte dos milhares de pessoas que precisam de atendimento médico urgente. Na manhã de domingo, o mundialmente renomado grupo humanitário Médicos Sem Fronteiras queixou-se que um avião transportando sua unidade hospitalar móvel foi obrigado pelos militares americanos a mudar de rota, passando primeiramente pela República Dominicana. Isso custaria 24 horas cruciais e um número desconhecido de vidas.
Essa ocupação militar por tropas dos EUA vai suscitar outras preocupações no hemisfério, dependendo de quanto tempo elas permanecerem -assim modo como a ampliação recente da presença militar dos Estados Unidos na Colômbia vem sendo recebida com insatisfação e desconfiança consideráveis. Organizações não governamentais vêm levantando outras questões sobre a reconstrução proposta: compreensivelmente, querem que a dívida remanescente do Haiti seja cancelada e que sejam feitas doações ao país, e não empréstimos (o FMI propôs um empréstimo de US$ 100 milhões).
As necessidades da reconstrução chegarão a bilhões de dólares. Será que Washington vai incentivar o estabelecimento de um governo que funcione? Ou vai impedi-lo, canalizando a assistência por meio de ONGs e assumindo ele próprio várias outras funções, devido a sua oposição de longa data à autonomia do Haiti? O Brasil não segue a linha de Washington na América do Sul nem, mais recentemente, o fez em Honduras, "quintal" dos Estados Unidos -onde o governo brasileiro defendeu em vão a restauração da democracia após o golpe de 28 de junho, e a administração Obama, não. Por que não defender a democracia também para o Haiti, mesmo que Washington seja contra?
MARK WEISBROT, doutor em economia pela Universidade de Michigan, é codiretor do Centro de Pesquisas Econômicas e Políticas, em Washington ( www.cepr.net ). Tradução de Clara Allain .
Comentários
Postar um comentário