Sábado, 24 de Outubro de 2009 | Versão Impressa
Petrobrás faz captação recorde de US$ 4 bi
Demanda pelos papéis da estatal chegou perto de US$ 12 bilhõesNicola Pamplona, RIO
Tamanho do texto? A A A A
"O mercado estava bastante desafiador, com uma enxurrada de ofertas", comentou um executivo de um dos bancos que coordenaram a operação. TAM e Fíbria, empresa de celulose resultante da fusão entre VCP e Aracruz, estão entre as empresas que anunciaram operações semelhantes nesta semana.
A emissão da Petrobrás foi dividida em dois tipos de papéis. O primeiro, com vencimento em 10 anos, levantou US$ 2,5 bilhões, pagando juros de 5,875% ao ano. O restante foi captado em bônus de 30 anos, inéditos para a estatal, com juros de 7%. Para o executivo do banco, o resultado da operação foi "fantástico", refletindo o bom momento da companhia e da economia brasileira.
"Fizemos um road show com executivos da empresa para apresentar a oferta ao mercado. E, ouvindo a história da empresa, é difícil não comprar", contou o profissional, ressaltando a "qualidade" da lista de compradores, que foi além dos fundos voltados para mercados emergentes. "Havia fundos de óleo e gás e investidores institucionais de peso".
Participaram como líderes do consórcio de instituições financeiras o Citigroup, o HSBC, o JPMorgan e o Santander. O Banco do Brasil e o Société Générale atuaram como colíderes.
Os recursos serão utilizados para pagar empréstimo-ponte de US$ 6,5 bilhões tomado pela companhia de um grupo de bancos em janeiro deste ano. Parte dessa dívida, porém, já foi paga com duas emissões feitas no mercado internacional em fevereiro e em julho, com valor total de US$ 2,75 bilhões.
Para a operação concluída ontem, a companhia esperava tomar o valor restante para quitar o empréstimo-ponte. A alta demanda, porém, permitiu a captação de valor um pouco maior. A opção por não ir além e aproveitar a alta demanda tem por objetivo manter o apetite dos investidores, garantindo maior circulação dos papéis no mercado secundário. Os bônus receberam boas avaliações das principais agências classificadoras de risco.
A Petrobrás tem atuado com agressividade no mercado para garantir recursos para seus investimentos. Este ano, fechou uma série de operações históricas, como os US$ 12 bilhões tomados do BNDES e os US$ 10 bilhões do banco de desenvolvimento chinês - empréstimo que tem como contrapartida o compromisso de venda de petróleo à China. Além disso, fechou operações menores com bancos de fomento à exportação de outros países.
No ano passado, logo após o estouro da crise, a empresa chegou a tomar R$ 2 bilhões da Caixa Econômica Federal para garantir recursos para o pagamento de impostos, em operação criticada pela oposição.
Comentários
Postar um comentário