Casa de maconha é opção contra aquecimento global
No terceiro relatório divulgado pelas Nações Unidas sobre o aquecimento global, a construção de residências com tecnologia auto-sustentável foi considerada importante no conjunto de ações ambientalmente corretas. As "casas verdes", que usam tecnologia auto-sustentável tanto em sua estrutura externa como interna, seriam uma boa opção para diminuir os efeitos nocivos da indústria da construção civil.
Painéis solares que absorvem e geram energia para dentro dos cômodos, e paredes feitas de areia e água do mar são idéias que já começam a ser usadas em alguns países. Segundo o professor de arquitetura Tom Woolley, da Queen's University, em Belfast – capital da Irlanda do Norte, a folha do cânhamo – usada para produzir a maconha – é uma das alternativas para a construção de moradias, pelo seu baixo custo e sua característica auto-sustentável. Woolley afirmou que apenas um hectare da plantação é suficiente para construir uma casa. A colheita de 12% nas terras britânicas permitiriam o desenvolvimento de 200 mil casas verdes para o país, diz ele.
Em York, na Inglaterra, um depósito com estrutura de madeira e palha usa energia renovável. Chamado de Eco Depot (Depósito ecológico), é uma referência de arquitetura politicamente correta. A Unido, agência de desenvolvimento industrial da ONU, está em busca de tecnologias similares para aplicá-las em algumas regiões mais pobres do mundo, a partir do material disponível no local, levando em conta os custos e danos ambientais.
A agência afirma que existem tecnologias novas que permitem construir uma sociedade ambientalmente estável, e já foram planejadas a construção de 100 "casas verdes" em Herat, no Afeganistão, com projeto de arquitetos indianos e chineses, em parceria com autoridades locais. O projeto custou U$ 3.500 por casa (aproximadamente R$ 7 mil). O gasto da construção ficou entre 30% e 50% mais barato do que as residências convencionais, e já estão sendo examinados projetos semelhantes para outras cidades.
De acordo com Tom Woolley, a utilização desses materiais de construção ainda é restrita, apesar de muitas das técnicas serem antigas e conhecidas por povos primitivos. O professor afirma que existe uma falsa idéia de que é mais caro construir casas compatíveis com o meio-ambiente, mas admite que algumas tecnologias modernas têm, de fato, um preço alto. "Porém, quando se tornarem mais populares, o preço tenderá a ser mais viável", disse.
Comentários
Postar um comentário